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domingo, 1 de dezembro de 2013

10 cientistas mais importantes de todos os tempos














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Para os crentes, Deus está no princípio das coisas. Para os cientistas, no final de toda reflexão.
Max Planck




1. Nicolau Copérnico (1473-1543)

 A partir de suas observações do céu a olho nu, pois a luneta ainda não havia sido inventada, o polonês Nicolau Copérnico fez uma descoberta que causou a primeira grande revolução em nossa concepção do universo. Estudioso de astronomia, matemática e medicina, ele escreveu “Sobre as Revoluções das Esferas Celestes”, na qual afirmou que a Terra gira em torno de seu próprio eixo uma vez por dia e em torno do Sol uma vez por ano. Numa época em que os dogmas da então poderosa Igreja Católica afirmavam que a Terra ficava parada no espaço e era o centro do universo, a descoberta de Copérnico era fantástica e ousada. Sua concepção de heliocentrismo, ainda que imperfeita, pois previa órbitas circulares dos planetas em torno do Sol, quando na verdade elas são elípticas, iniciou um fabuloso processo de descobertas astronômicas e físicas nas décadas a seguir.


2. Galileu Galilei (1564-1642)



O italiano Galileu Galilei foi um dos primeiros a perceber como a matemática aplicada aos fenômenos naturais nos propicia um poder extraordinário para compreender o que acontece no cosmo. Algumas décadas depois de Copérnico ter concebido o sistema heliocêntrico, Galilei o confirmou após dedicar sua vida à pesquisa, à observação dos planetas, aos cálculos e ao aperfeiçoamento do telescópio. Além da concepção heliocêntrica, Galilei cometeria outra heresia ao contestar os pensamentos inquestionáveis de Aristóteles sobre o movimento. Mas foi sua afirmação de que a Terra, assim como os outros planetas conhecidos, giravam em torno do Sol que o levou ao tribunal da Santa Inquisição. Para escapar da morte na fogueira, Galilei assinou uma declaração na qual se considerava um pecador por tal afirmação. No entanto, após tê-la assinado, ele teria murmurado: “Mas ela gira”.


3. Johannes Kepler (1571-1628)



Contemporâneo de Galileu Galilei, Kepler foi responsável por descobrir que a volta que os planetas dão em torno do Sol é elíptica e não circular como acreditavam Copérnico e Galilei. Sua dedicação à matemática euclidiana era tal que afirmou: “a geometria é Deus”. O talento matemático do alemão Kepler o levou a trabalhar ao lado do nobre dinamarquês e matemático imperial Tycho Brahe. O dinamarquês possuía observações astronômicas muito mais precisas do que qualquer um naquela época e elas foram fundamentais para as conclusões de Kepler. O movimento orbital de Marte, observado por Brahe, levou Kepler a descobrir que as órbitas dos planetas em torno do Sol eram elípticas. E ele foi além. O alemão desenvolveu as três leis fundamentais dos movimentos planetários e com isso fundou a astronomia moderna.





4. Isaac Newton (1642-1727)



O legado de Copérnico, Galilei e Kepler foi fundamental para que o inglês Isaac Newton desenvolvesse suas ideias sobre gravitação universal, uma audaciosa suposição que mudou o destino da ciência. Ainda jovem, Newton desenvolveu o cálculo, uma das mais importantes áreas da matemática moderna, além de ter elaborado o conceito de força e a teoria mecânica. O cálculo possibilitou a Newton ter as técnicas necessárias para suas descobertas a respeito da gravidade. A primeira de suas três famosas leis diz que um corpo permanece em repouso ou em movimento uniforme ao longo de uma linha reta, a menos que sofra ação de uma força externa (lei da inércia). A segunda afirma que o efeito de uma força contínua sobre um corpo inicialmente em repouso ou em movimento uniforme é fazê-lo acelerar. E a terceira diz que se um corpo exerce uma força sobre o outro, o segundo exercerá ao mesmo tempo força oposta e da mesma intensidade sobre o primeiro. Newton, ao combinar teoria mecânica e matemática, explicou como o mundo funciona e como é possível calcular o que acontece nele.



5. Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794)



Apesar de cursar direito na faculdade, eram as aulas de ciência que interessavam ao nobre francês Antoine Lavoisier. Foi esse interesse que o levou a escrever “Tratado Elementar da Química”, obra que marcou a fundação da química moderna. Sua contribuição mais famosa e importante é a lei da conservação da matéria, na qual afirma que na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. O cientista foi responsável também por elaborar a nomenclatura das substâncias químicas e pela descoberta de que a água é uma substância composta, formada por hidrogênio e oxigênio, uma afirmação que contrariava um dos princípios aristotélicos até então em vigor, que pressupunha que a água era uma substância impossível de se decompor. Ligado à nobreza e ao governo monárquico, Lavoisier foi morto na guilhotina durante a Revolução Francesa.



6. Charles Darwin (1809-1882)



Antes dele, a ciência já havia mostrado que a Terra não era o centro do universo. Com as descobertas de Charles Darwin um novo e definitivo golpe foi desferido nos dogmas religiosos e nos mitos de criação divina do cosmo e do ser humano. Se dependesse de seu pai, Darwin teria concluído os cursos de medicina ou teologia, mas o interesse do inglês por botânica o fez embarcar na expedição que o navio HSM Beagle fez para a América do Sul, numa missão de pesquisa científica. Foi durante essa viagem que ele fez as observações que o levariam a desenvolver a revolucionaria teoria da evolução das espécies. Suas conclusões mostravam que a humanidade era somente um passo a mais num processo evolutivo de sobrevivência e de seleção natural. Até hoje a ideia de que o homem descende do macaco é a mais ousada já desenvolvida pela ciência. A revolução que colocava o ser humano no seu devido lugar no universo, iniciada por Copérnico, estava concluída com a publicação de “Sobre a origem das espécies por meio da seleção natural”, de Charles Darwin.



7. Louis Pasteur (1822-1895)



Sua descoberta da ação dos microorganismos teve impactante consequência tanto na química como na medicina. O francês Louis Pasteur ao investigar os processos de fermentação do vinho e da cerveja descobriu que eles ocorriam devido a ação de microorganismos que se encontram no ar. Isso o fez compreender que os microorganismos eram responsáveis também por moléstias contagiosas. As descobertas d
e Pasteur o levaram a criar métodos para evitar a ação desses nocivos agentes externos tanto nos alimentos, com a criação do processo de pasteurização, como nos seres humanos, com o desenvolvimento de medidas profiláticas na medicina e a criação das vacinas, como a anti-rábica. A contribuição de Pasteur possibilitou estabelecer uma nova e melhor perspectiva de vida para a humanidade.







8. Sigmund Freud (1856-1939)



No final do século 19, o homem já conhecia bastante sobre o funcionamento do universo e do corpo humano. Mas não sabia muito sobre a principal ferramenta que utilizava nessas descobertas: a mente. Graças às investigações científicas experimentais de um médico neurologista austríaco isso mudou radicalmente. Sigmund Freud desenvolveu um conjunto de teorias e práticas clínicas para compreender os problemas mentais que nos afligem. O resultado foi a criação da psicanálise, ao mesmo tempo campo de estudo e tratamento que mostram que são fatores psicológicos e não orgânicos os causadores de muitos males que acometem a mente humana. O desenvolvimento da psicanálise por Freud possibilitou o tratamento de uma série de desordens mentais, como histerias, neuroses e depressões. Suas descobertas e pensamentos influenciaram boa parte da produção intelectual, das ciências humanas às artes, desde o início do século 20.




9. Albert Einstein (1879-1955)



Quando Albert Einstein nasceu fazia quase dois séculos que Isaac Newton havia provado que tempo e espaço eram absolutos e não tinham nenhuma relação com coisas exteriores. Desde então acreditava-se que o tempo fluía de modo equitativo e o espaço permanecia sempre semelhante e inamovível. Essas certezas cairiam por terra com as ideias de Einstein. O cientista alemão supôs que não há nada que se possa chamar de movimento absoluto. Segundo Einstein, toda velocidade é relativa ao referencial específico que a define. Assim, se há movimento relativo, o tempo e o espaço se tornam relativos e o tempo é tão intrinsecamente ligado ao espaço que se torna uma quarta dimensão dele. Com sua Teoria da Relatividade, Einstein provocou uma revolução na nossa visão sobre o universo. Suas ideias anunciaram o fim da física clássica e o início da era da física quântica e da energia nuclear.




10. Niels Bohr (1885-1962)



Ele solucionou um dos maiores enigmas da ciência: o da estrutura atômica. E fez isso ao usar um então inovador campo do conhecimento científico: a física quântica. O dinamarquês Niels Bohr, ganhador do Nobel de Física de 1922, começou suas revolucionárias descobertas ainda jovem. Quando estudava na Universidade de Copenhague, Bohr compreendeu em um de seus experimentos que as regras da física clássica não se aplicavam aos níveis subatômicos. Segundo ele, para entender o que acontecia dentro de um átomo, era necessário desenvolver uma nova física. Ao aplicar a teoria quântica do alemão Max Planck, Bohr mostrou que ela era essencial para explicar os fenômenos subatômicos. Suas descobertas levaram ao desenvolvimento da mecânica quântica e à precisa explicação do que acontecia numa fissão nuclear.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A falsa ciência gera ateus; a verdadeira ciência leva os homens a se curvar diante da divindade. Voltaire

Religião e Ciência


O artigo a seguir por Albert Einstein apareceu no New York Times Magazine em 09 de novembro de 1930 pp 1-4. Foi reimpresso em ideias e opiniões , Crown Publishers, Inc. 1954, pp 36-40. Ela também aparece no livro de Einstein O mundo como eu o vejo , Philosophical Library, New York, 1949, pp 24-28.


Tudo o que a raça humana tem feito e pensado se preocupa com a satisfação das necessidades sentidas e alívio da dor. Um tem que manter isso sempre em mente se quisermos entender os movimentos espirituais e ao seu desenvolvimento. Sentimento e saudade são a força motriz por trás de toda atividade humana e da criação humana, no entanto exaltado um disfarce este pode apresentar-se a nós. Agora, quais são os sentimentos e necessidades que levaram os homens ao pensamento religioso e da crença no sentido mais amplo da expressão? Um pouco de consideração será suficiente para nos mostrar que as emoções mais variados presidir o nascimento do pensamento e da experiência religiosa. Com o homem primitivo é acima de tudo medo que evoca noções religiosas - medo de fome, bestas selvagens, doença, morte. Uma vez que nesta fase de entendimento existência de conexões causais é geralmente pouco desenvolvida, a mente humana cria seres ilusórios mais ou menos análogo ao próprio em cujo vontades e ações dependem esses acontecimentos terríveis. Assim, tenta-se proteger a favor desses seres pela realização de ações e oferecendo sacrifícios que, segundo a tradição, transmitida de geração em geração, propiciam-los ou torná-los bem dispostos para um mortal. Neste sentido, estou falando de uma religião do medo. Isto, apesar de não ter sido criada, é um importante grau estabilizado pela formação de uma casta sacerdotal especial que configura-se como um mediador entre o povo e os seres que eles temem, e erige uma hegemonia nesta base. Em muitos casos, um líder ou governante ou uma classe privilegiada, cuja posição depende de outros fatores combina as funções sacerdotais, com a sua autoridade secular a fim de torná-las mais seguras, ou os governantes políticos e da casta sacerdotal fazer causa comum em seus próprios interesses.
Os impulsos sociais são outra fonte de cristalização de religião. Pais e mães e os líderes das comunidades humanas maiores são mortais e falíveis. O desejo de orientação, amor e apoio solicita homens para formar a concepção social ou moral de Deus. Este é o Deus da Providência, que protege, dispõe, recompensas, e pune, a Deus, que, de acordo com os limites da perspectiva do crente, ama e valoriza a vida da tribo ou da raça humana, ou mesmo ou a própria vida; o edredom na tristeza e saudade insatisfeito, aquele que preserva as almas dos mortos. Esta é a concepção social ou moral de Deus.
As escrituras judaicas admiravelmente ilustram o desenvolvimento da religião do medo para a religião moral, o desenvolvimento continuou no Novo Testamento. As religiões de todos os povos civilizados, especialmente os povos do Oriente, são principalmente as religiões morais. O desenvolvimento de uma religião do medo para a religião moral é um grande passo na vida das pessoas. E, no entanto, que as religiões primitivas são inteiramente baseadas no medo e as religiões dos povos civilizados puramente sobre a moralidade é um preconceito contra os quais devemos estar atentos. A verdade é que todas as religiões são uma mistura variada de ambos os tipos, com essa diferenciação: a de que os mais altos níveis da vida social a religião da moralidade predomina.
Comum a todos estes tipos é o caráter antropomórfico da sua concepção de Deus. Em geral, apenas os indivíduos de dotes excepcionais, e excepcionalmente comunidades high-minded, subir a qualquer extensão considerável acima deste nível. Mas há uma terceira fase da experiência religiosa que pertence a todos eles, mesmo que raramente é encontrado em sua forma pura: eu vou chamá-lo de sentimento religioso cósmico. É muito difícil para elucidar este sentimento para quem está totalmente sem ele, especialmente porque não há nenhuma concepção antropomórfica de Deus correspondente a ele.
O indivíduo sente-se a futilidade dos desejos humanos e objetivos ea sublimidade ea ordem maravilhosa que se revelam tanto na natureza e no mundo do pensamento. Existência individual impressiona-lo como uma espécie de prisão e ele quer experimentar o universo como um todo significativo. Os primórdios do sentimento religioso cósmico já aparecem em um estágio inicial de desenvolvimento, por exemplo, em muitos dos Salmos de David e, em alguns dos profetas. Budismo, como aprendemos, especialmente a partir dos escritos maravilhosos de Schopenhauer, contém um elemento muito mais forte desta.
Os gênios religiosos de todas as idades foram distinguidos por este tipo de sentimento religioso, que não conhece nenhum dogma e nenhum Deus concebido à imagem do homem, de modo que não pode haver Igreja cujos ensinamentos centrais são baseados nele. Por isso, é precisamente entre os hereges de todas as idades que encontramos homens que foram preenchidos com este tipo mais elevado de sentimento religioso e foram em muitos casos, considerado por seus contemporâneos como os ateus, às vezes também como santos. Olhado por este prisma, homens como Demócrito, Francisco de Assis e Spinoza são muito próxima um do outro.
Como pode o sentimento religioso cósmico ser comunicada de uma pessoa para outra, se ele pode dar origem a nenhuma noção clara de um Deus e não a teologia? Na minha opinião, é a função mais importante da arte e da ciência para despertar esse sentimento e mantê-lo vivo para aqueles que são receptivos a isso.
Chegamos assim a uma concepção da relação da ciência com a religião muito diferente da usual. Quando se vê o assunto historicamente, se está inclinado a olhar para a ciência ea religião como antagonistas irreconciliáveis, e por uma razão muito óbvia. O homem que está completamente convencido da operação universal da lei da causalidade não pode por um momento entreter a idéia de um ser que interfere no curso dos acontecimentos - desde que, é claro, que ele leva a hipótese de causalidade realmente a sério. Ele não tem nenhum uso para a religião do medo e igualmente pouco para a religião social e moral. Um Deus que recompensa e pune é inconcebível para ele pela simples razão de que as ações do homem são determinados pela necessidade, externa e interna, de modo que aos olhos de Deus ele não pode ser responsável, mais do que um objeto inanimado é responsável pelos movimentos que ela sofre . A ciência tem, portanto, foi acusado de minar a moralidade, mas a acusação é injusta. Comportamento ético de um homem deve ser baseado efetivamente na simpatia, educação e laços sociais e necessidades; nenhuma base religiosa é necessária. O homem seria de fato de uma maneira pobre, se ele teve de ser contido pelo medo da punição e esperança de recompensa após a morte.
Portanto, é fácil ver por que as igrejas sempre lutaram ciência e perseguidos sua devotees.On outro lado, eu afirmo que o sentimento religioso cósmico é o motivo mais forte e mais nobre para a investigação científica. Somente aqueles que percebem os imensos esforços e, acima de tudo, a devoção, sem a qual o trabalho pioneiro na ciência teórica não pode ser alcançado são capazes de compreender a força da emoção, dos quais só este tipo de trabalho, controle remoto, pois é a partir das realidades imediatas da vida , podem emitir. O que é uma profunda convicção da racionalidade do universo e que um desejo de entender, se fosse apenas um reflexo fraco da mente revelado neste mundo, Kepler e Newton deve ter tido que lhes permitam passar de anos de trabalho solitário em desembaraçar os princípios da mecânica celeste! Aqueles cuja familiaridade com a pesquisa científica é derivada principalmente de seus resultados práticos facilmente desenvolver uma completamente falsa noção da mentalidade dos homens que, rodeados por um mundo cético, têm mostrado o caminho para espíritos afins espalhados ampla através do mundo e através dos séculos. Somente aquele que dedicou sua vida a fins semelhantes podem ter uma percepção nítida do que inspirou esses homens e deu-lhes a força para permanecer fiel ao seu propósito, apesar de inúmeras falhas. É o sentimento religioso cósmico que dá ao homem tal força. Um contemporâneo disse, não injustamente, que nesta época materialista da nossa os sérios trabalhadores científicos são as únicas pessoas profundamente religiosas.
Ciência e Religião


Este artigo consta de Einstein ideias e opiniões , pp.41 - 49. A primeira secção é retirado de um endereço de Princeton Theological Seminary, 19 de maio de 1939. Foi publicado em Out of My Later Years , New York: Philosophical Library, 1950. A segunda seção é de Ciência, Filosofia e Religião, A Symposium, publicado pela Conferência de Ciência, Filosofia e Religião em sua relação com o modo de vida democrático, Inc., New York, 1941.


1.
Durante o último século, e parte do que o anterior, que foi amplamente difundida de que houve um conflito insolúvel entre conhecimento e crença. A opinião Prevalecia entre mentes avançadas que já era hora de que a crença deve ser substituído cada vez mais pelo conhecimento, crença que não se fundasse ela própria em conhecimento era superstição e, como tal, devia ser combatida. Segundo essa concepção, a função exclusiva da educação seria abrir caminho para o pensamento eo conhecimento, devendo a escola, como o órgão excelente para a educação do povo, deve servir exclusivamente a esse fim.
Provavelmente um vai encontrar, mas raramente, se em tudo, o ponto de vista racionalista expresso com tanta crueza; pois todo homem sensível veria de imediato o quanto unilateral é como uma declaração da posição. Mas é tão bem para uma tese de maneira nua e cruamente, se alguém quiser esclarecer a mente quanto à sua natureza.
É verdade que a condenação pode ser melhor suportada com a experiência eo pensamento claro. Sobre este ponto, podemos concordar irrestritamente com o racionalista extremado. O ponto fraco de sua concepção, porém, isto, que as convicções necessárias e determinantes para nossa conduta e os julgamentos não podem ser encontradas unicamente nessa sólida via cientifica.
Para o método científico pode nos ensinar nada mais além de como os fatos se relacionam e são condicionados por, uns aos outros. A aspiração a esse conhecimento objetivo pertence ao mais alto do que o homem é capabIe, e você certamente não vai suspeitar que eu deseje subestimar as realizações e os heróicos esforços do homem nessa esfera. No entanto, é igualmente claro que o conhecimento do que é, não abre diretamente a porta para o que deve ser. Pode-se ter o conhecimento mais clara e mais completa do que é, e ainda assim não ser capaz de deduzir que o que deveria ser a meta de nossas aspirações humanas. Conhecimento objetivo nos fornece poderosos instrumentos para atingir certos fins, mas a meta final em si eo desejo de alcançá-la devem vir de outra fonte. E é praticamente desnecessário defender a visão de que nossa existência e nossa atividade só adquirem 'sentido pela criação de tal objetivo e dos valores correspondentes. O conhecimento da verdade como tal é maravilhoso, mas é tão pouco capaz de servir de guia que não consegue provar sequer a justificação eo valor da aspiração a esse mesmo conhecimento da verdade. Aqui nos deparamos, portanto, os limites da concepção puramente racional de nossa existência.
Mas não se deve presumir que o pensamento inteligente não possa desempenhar nenhum papel na formação da meta e de juízos éticos. Quando alguém percebe que, para a consecução de um fim certos meios seria útil, o meio se torna, assim, um fim. A inteligência elucida para nós a inter-relação entre meios e fins. Mas o mero pensamento não pode nos dar uma consciência dos fins últimos e fundamentais. Para deixar claro esses fins e valores fundamentais, e configurá-los firmemente na vida emocional do indivíduo, parece-me precisamente a função mais importante que religião tem a desempenhar na vida social do homem. E se alguém pergunta de onde provém a autoridade desses fins fundamentais, já que eles não podem ser formulados e justificados puramente pela razão, só há uma resposta: eles existem numa sociedade saudável na forma de tradições vigorosas, que agem sobre a conduta, as aspirações e os juízos do indivíduos, pois eles estão lá, isto é, como algo vivo, sem que seja preciso encontrar justificação para sua existência. Eles passam a existir não através da demonstração, mas da revelação, por meio de personalidades poderosas. Não se deve tentar justificá-los, mas sim de perceber sua natureza simples e clara.Os mais elevados princípios para nossas aspirações e juízos nos são dados na tradição religiosa judaico-cristã. É uma meta muito elevada, que, com nossos parcos poderes, só podemos atingir de maneira muito insatisfatória, mas que da um sólido fundamento a nossas aspirações e avaliações. Se fosse para tirar essa meta de sua forma religiosa e considerar apenas seu aspecto puramente humano, pode-se afirmar que talvez assim: desenvolvimento livre e responsável do indivíduo, para que ele possa colocar seus poderes livremente e com alegria no serviço de toda a humanidade.

Não há lugar nisso para a divinização de uma nação, de uma classe, e muito menos de um indivíduo. Não somos todos filhos de um só pai, como se diz na linguagem religiosa? Na verdade, mesmo a divinização da humanidade, como uma totalidade abstrata, não estaria no espírito desse ideal. É apenas para o indivíduo que é dada uma alma. E o alto destino do indivíduo é antes servir que comandar, ou impor-se de qualquer outra maneira.Se olharmos para a substância e não na forma, em seguida, pode-se tomar estas palavras como expressão da postura democrática fundamental. O verdadeiro democrata pode adorar sua nação tão pouco como pode o homem religioso, em nosso sentido do termo.Qual é, então, em tudo isto, é a função da educação e da escola? Elas devem ajudar o jovem a crescer num espírito tal que esses princípios fundamentais sejam para ele como o ar que ele respira. Ensinar sozinho não pode fazer isso.

Se mantemos esses princípios elevados claramente diante de nossos olhos, e os compara com a vida eo espírito de nosso tempo, então parece flagrantemente que a humanidade civilizada encontra-se presentemente em perigo, nos Estados totalitários, são os próprios governantes que se empenham hoje para destruir esse espírito de humanidade. Em lugares menos ameaçados, são o nacionalismo ea intolerância, bem como a opressão dos indivíduos por meios econômicos, que ameaçam sufocar essas tão preciosas tradições.A realização de quão grande é o perigo está se espalhando, no entanto, entre as pessoas que pensam, e há muita procura de meios que permitam enfrentar o perigo - meios no campo da política nacional e internacional, da legislação, da organização em geral. Esses esforços são, sem dúvida, extremamente necessários. No entanto, os antigos sabiam algo que parecemos ter esquecido. Todos os meios mostram-se um instrumento contundente, se não tem atrás de si um espírito vivo. Mas se o desejo de alcançar a meta estiver vigorosamente vivo dentro de nós, então, não nos faltarão forças para encontrar os meios para alcançar a meta e traduzi-la em atos.

II.

Não seria difícil chegar a um acordo quanto ao que entendemos por ciência. A ciência é o esforço secular de reunir, através do pensamento sistemático, os fenômenos perceptíveis deste mundo em profunda como uma associação possível. Para colocá-lo com ousadia, é a tentativa de reconstrução posterior da existência pelo processo da conceituação. Mas quando me perguntando o que é religião eu não posso pensar na resposta tão facilmente. E mesmo depois de encontrar uma resposta que possa me satisfazer neste momento particular, continuo convencido de que nunca, em circunstância alguma reunir, mesmo de forma ligeira, os pensamentos de todos aqueles que deram a esta questão séria consideração.
Em primeiro lugar, então, em vez de perguntar o que é religião, eu preferiria a perguntar o que caracteriza as aspirações de uma pessoa que me dá a impressão de ser religiosa: uma pessoa que está religiosamente esclarecida parece-me ser aquele que tem, para o melhor de sua capacidade, libertou-se dos grilhões de seus desejos egoístas e está preocupada com pensamentos, sentimentos e aspirações a que se apega por causa de sua superpersonalvalue. Parece-me que o que importa é a força desse conteúdo suprapessoal, ea profundidade da convicção quanto à sua significação avassalador, não importando se é feita alguma tentativa de unir esse conteúdo com um Ser divino, pois de outra forma não seria possível contar Buda e Spinoza como personalidades religiosas. Assim, uma pessoa religiosa é devota no sentido de que ele não tem dúvida da importância e grandeza desses objetos suprapessoais e objetivos que não exigem nem são capazes de fundamento racional. Eles existem com a mesma necessidade e assunto com naturalidade, como ele mesmo. Neste sentido a religião é o antiquíssimo esforço da humanidade para se tornar clara e completa consciência desses valores e metas e constantemente para fortalecer e ampliar o seu efeito. Se um concebe a religião ea ciência segundo estas definições, em seguida, um conflito entre elas parece impossível. Pois a ciência pode apenas determinar o que é, mas não é o que deveria ser, e fora de seus juízos de valor de domínio de todos os tipos continuam a ser necessários. A religião, por outro lado, lida somente com avaliações do pensamento e da ação humanos: não lhe é lícito falar de fatos e das relações entre os fatos. De acordo com esta interpretação dos conflitos bem conhecidas entre religião e ciência no passado devem todos ser atribuída a uma má interpretação da situação que tem sido descrito.
Por exemplo, um conflito surge quando uma comunidade religiosa insiste na absoluta veracidade de todas as declarações registradas na Bíblia. Isso significa uma intervenção por parte da religião na esfera da ciência, que é onde a luta da Igreja contra as doutrinas de Galileu e Darwin pertence. Por outro lado, representantes da ciência, muitas vezes feita uma tentativa de chegar a juízos fundamentais com respeito a valores e fins com base no método científico, e dessa forma criaram-se em oposição à religião. Todos esses conflitos nasceram de erros fatais.
Agora, embora os reinos da religião e da ciência em si mesmos estão claramente marcados fora de si, no entanto, que existem entre os dois fortes relações recíprocas e dependências. Embora a religião pode ser que o que determina a meta, ela tem, no entanto, aprendeu co
m a ciência, no sentido mais amplo, o que significa que irá contribuir para a consecução dos objetivos a que se propôs-se. Mas a ciência só pode ser criada por quem esteja plenamente imbuído da aspiração em direção à verdade e compreensão. A fonte desse sentimento, no entanto, brota na esfera da religião. Para isso, há também pertence a fé na possibilidade de que as normas válidas para o mundo da existência sejam racionais, isto é, compreensíveis à razão. Não posso conceber um autêntico cientista sem essa fé profunda. A situação pode ser expressa por uma imagem: a ciência sem religião é manca, a religião sem a ciência é cega.
Embora eu tenha afirmado acima que, na verdade, um conflito legítimo entre religião e ciência não pode existir, devo, no entanto, qualificar esta afirmação, mais uma vez, num ponto essencial, com referência ao conteúdo real das religiões históricas. Esta qualificação tem a ver com o conceito de Deus. Durante o período juvenil da evolução espiritual da humanidade fantasia humana criou deuses própria imagem do homem em que, pelas operações de sua vontade deveriam determinar, ou pelo menos a influência, o mundo fenomenal. Homem tentou alterar a disposição desses deuses em seu próprio favor, por meio da magia e da oração. A idéia de Deus, nas religiões ensinadas atualmente é uma sublimação dessa antiga concepção dos deuses. Seu caráter antropomórfico se revela, por exemplo, pelo fato de que os homens apelar para o Ser Divino em preces e implorar para a realização de seus desejos.
Ninguém, certamente, negará que a idéia da existência de um Deus onipotente, justo e Deus pessoal omnibeneficent é capaz de dar ao homem consolo, ajuda e orientação, também, em virtude de sua simplicidade é acessível à mente mais desenvolvida. Mas, por outro lado, existem fraquezas decisivas anexados a esta ideia, em si, as quais têm sido dolorosamente sentida desde o início da história. Ou seja, se esse ser é onipotente, então todas as ocorrências, incluindo cada ação humana, todo o pensamento humano, e todo sentimento humano e aspiração também é a Sua obra; como é possível pensar de prender os homens responsáveis ​​por seus atos e pensamentos antes de tal um ser todo-poderoso? Ao dar a punição e recompensa que ele iria até um certo ponto ser de julgar a si mesmo. Como isso pode ser combinado com a bondade ea justiça atribuída a Ele?

A principal fonte dos conflitos atuais entre as esferas da religião e da ciência reside nesse conceito de um Deus pessoal. É o objetivo da ciência para estabelecer regras gerais que determinem a conexão recíproca de objetos e eventos no tempo e no espaço. Por essas regras, ou leis da natureza, validade absolutamente geral é necessária - não comprovada. É principalmente um programa, e fé na possibilidade de sua realização, em princípio, só se baseia em sucessos parciais. Mas dificilmente alguém poderia ser encontrado, quem negaria esses sucessos parciais e atribuí-los ao auto-engano humano. O fato de que, com base em tais leis, somos capazes de predizer o comportamento temporal dos fenômenos de certos domínios, com grande precisão e certeza, está profundamente enraizado na consciência do homem moderno, embora ele possa ter apreendido muito pouco do conteúdo da essas leis. Ele precisa apenas considerar que os cursos planetários dentro do sistema solar podem ser calculados antecipadamente com grande exactidão, com base num número limitado de leis simples. De um modo semelhante, embora não com a mesma precisão, é possível calcular antecipadamente o modo de funcionamento de um motor eléctrico, um sistema de transmissão, ou de um aparelho sem fios, mesmo quando se trata de um novo desenvolvimento.
Para ter certeza, quando o número de fatores em jogo num complexo fenomenológico é um método muito grande, científica, na maioria dos casos, não nós. Basta pensar no tempo, em que a previsão caso, mesmo por alguns dias à frente é impossível. Apesar disso ninguém duvida de que estamos diante de uma conexão causal cujos componentes causais são o principal conhecido por nós. As ocorrências nesse domínio estão fora do alcance da predição exata por causa da variedade de fatores em operação, e não por causa de alguma falta de ordem na natureza.
Temos penetrado muito menos profundamente nas regularidades obtenção dentro do reino dos seres vivos, mas profundamente o suficiente, no entanto, para perceber, pelo menos a regra da necessidade fixo. Só
é preciso pensar da ordem sistemática na hereditariedade, e no efeito de venenos, como por exemplo álcool, no comportamento dos seres orgânicos. O que ainda falta aqui é uma compreensão de conexões de profunda generalidade, mas não um conhecimento da ordem em si mesmo.

Quanto mais o homem está imbuído da regularidade ordenada de todos os eventos, mais firme se torna sua convicção de que não há espaço deixado pelo lado dessa regularidade ordenada para causas de natureza diferente. Para ele, nem a regra do ser humano, nem a regra da vontade divina existe como causa independente dos eventos naturais. Para ter certeza, a doutrina de um Deus pessoal que interfere com eventos naturais jamais poderia ser refutadas, no sentido verdadeiro, pela ciência, pois essa doutrina pode sempre refugiar naqueles domínios em que o conhecimento científico ainda não foi capaz de pôr os pés.
Mas estou convencido de que esse tipo de comportamento por parte dos representantes da religião seria não só indigno, mas também fatal. Para a doutrina que é capaz de manter-se não na luz clara, mas só no escuro, vai necessariamente perder seu efeito sobre a humanidade, com incalculável prejuízo para o progresso humano. Em sua luta pelo bem ético, os professores de religião devem ter a estatura para dar a doutrina de um Deus pessoal, isto é, dar-se que a fonte de medo e esperança que, no passado colocou como grande poder nas mãos dos sacerdotes. Em seus trabalhos eles terão de recorrer a essas forças que são capazes de cultivar o Bom, o Verdadeiro eo Belo na própria humanidade. Este é, com certeza, uma mais difícil, mas uma tarefa incomparavelmente mais digna. (Este pensamento é convincente apresentado no livro de Herbert Samuel, acreditar e agir .) Depois de mestres religiosos realizar o processo de refino indicaram que certamente irá reconhecer com alegria que a verdadeira religião tem sido enobrecida e mais profunda pelo conhecimento científico.
Se é um dos objetivos da religião para libertar a humanidade, tanto quanto possível da escravidão do ânsias egocêntricas, desejos e medos, o raciocínio científico pode ajudar a religião em mais um sentido. Embora seja verdade que é o objetivo da ciência é descobrir regras que permitam a associação e predição dos fatos, este não é o seu único objetivo. Ele também busca reduzir as conexões descobertas ao menor número possível de elementos conceituais mutuamente independentes. É nesse esforço após a unificação racional do múltiplo que encontra seus maiores sucessos, embora seja precisamente essa tentativa que a faz correr o maior risco de cair presa de ilusões. Mas quem sofreu a intensa experiência de avanços bem-sucedidos feitos nesse domínio é movido por uma profunda reverência pela racionalidade que se manifesta na existência. Por meio da compreensão que ele alcança uma emancipação de longo alcance dos grilhões de esperanças e desejos pessoais e, assim, alcança essa atitude humilde de espírito para a grandeza da razão encarnada na existência, e que, em suas profundezas mais profundas, é inacessível ao homem . Essa atitude, contudo, parece-me ser religiosa, no sentido mais elevado da palavra. E assim parece-me que a ciência não só purifica o impulso religioso da escória de seu antropomorfismo, mas também contribui para uma espiritualização religiosa de nossa compreensão da vida.Quanto mais a evolução espiritual da humanidade avança, mais certo me parece que o caminho para a religiosidade genuína não passa pelo medo da vida eo medo da morte, e uma fé cega, mas através de esforço após o conhecimento racional. Neste sentido, acredito que o sacerdote deve se tornar um professor, se ele quer fazer justiça a sua missão educacional elevado.

Religião e ciência: irreconciliável?



A resposta a uma saudação enviada pelo Clube de Nova York dos Ministros liberais. Publicado no The Christian Register , de junho de 1948. Publicado em ideias e opiniões, Crown Publishers, Inc., New York, 1954.

Será que existe realmente existe uma contradição insuperável entre religião e ciência? Religião pode ser substituída pela ciência? As respostas a essas perguntas têm, ao longo dos séculos, deu origem a disputa considerável e, de fato, a luta amarga. No entanto, em minha própria mente, não pode haver dúvida de que, em ambos os casos, uma análise desapaixonada só pode levar a uma resposta negativa. O que complica a solução, no entanto, é o fato de que, enquanto a maioria das pessoas prontamente concordar com o que se entende por "ciência", é provável que eles divergem sobre o significado de "religião".Quanto à ciência, bem podemos defini-lo para o nosso propósito como "pensamento metódico voltado para encontrar conexões entre reguladores de nossas experiências sensoriais." Ciência, no imediato, produz conhecimento e, indiretamente, os meios de ação. Isso leva a ação metódica se as metas definidas são definidos com antecedência. Para a função de estabelecer metas e passar demonstrações do valor transcende o seu domínio. Embora seja verdade que a ciência, na medida de sua compreensão das conexões causais, pode chegar a importantes conclusões quanto à compatibilidade e incompatibilidade de metas e avaliações, as definições independentes e fundamental sobre objetivos e valores estão além do alcance da ciência.

No que diz respeito a religião, por outro lado, é geralmente aceite que se trata de metas e avaliações e, em geral, com a fundação emocional do pensamento humano e de agir, na medida em que estes não são pré-determinados pela disposição hereditária inalterável do ser humano espécies. Religião está preocupada com a atitude do homem para com a natureza em geral, com o estabelecimento de ideais para a vida individual e comunitária, e com o relacionamento humano mútuo. Estes ideais religião tenta atingir, exercendo uma influência educacional na tradição e através do desenvolvimento e promulgação de certos pensamentos facilmente acessíveis e narrativas (epopéias e mitos), que estão aptos a influenciar a avaliação e ação ao longo das linhas dos ideais aceitos.É este conteúdo mítico, ou melhor, este simbólico, das tradições religiosas que é susceptível de entrar em conflito com a ciência. Isso ocorre sempre que este estoque de idéias religiosas contém declarações dogmaticamente fixos sobre assuntos que pertencem ao domínio da ciência. Assim, é de vital importância para a preservação da verdadeira religião que tais conflitos ser evitados quando eles surgem a partir de matérias que, de fato, não são realmente essenciais para a prossecução dos objectivos religiosos.Quando consideramos as diversas religiões existentes quanto à sua substância essencial, isto é, despojado de seus mitos, eles não me parecem diferir basicamente como uns com os outros como os defensores do "relativístico" ou teoria convencional deseja nos fazer crer. E isso não é de forma surpreendente. Para as atitudes morais de um povo que é apoiado pela religião precisa sempre ter por finalidade preservar e promover a saúde mental e vitalidade da comunidade e seus indivíduos, pois, caso contrário esta comunidade está fadado a perecer. Um povo que deviam honrar mentira, difamação, fraude e assassinato não seria capaz, de fato, para subsistir por muito tempo.
Quando confrontado com um caso concreto, no entanto, não é tarefa fácil determinar com clareza o que é desejável eo que deve ser evitado, assim como nós acham difícil decidir o que exatamente é que faz um bom pintura ou uma boa música. É algo que pode ser sentida de forma intuitiva com mais facilidade do que racionalmente compreendida. Da mesma forma, os grandes mestres morais da humanidade foram, de certa forma, gênios artísticos da arte de viver. Além dos preceitos mais elementares motivados diretamente pela preservação da vida e da preservação do sofrimento desnecessário, há outros para os quais, embora não sejam aparentemente muito comensuráveis ​​com os preceitos básicos, que, no entanto, anexar imporcance considerável. Se verdade, por exemplo, ser procurado incondicionalmente, mesmo quando a sua realização e sua acessibilidade a todos implicaria sacrifícios pesados ​​no trabalho e felicidade? Há muitas dessas questões que, a partir de um ponto de vista racional, não pode ser facilmente respondidas ou não pode ser respondida em tudo. No entanto, eu não acho que a chamada visão "relativista" é correto, nem mesmo quando se lida com as decisões morais mais sutis.

Ao considerar as condições de vida reais de presentday humanidade civilizada do ponto de vista mesmo os mandamentos religiosos mais elementares, um é obrigado a experimentar um sentimento de profunda e dolorosa decepção com o que se vê. Por enquanto a religião prescreve amor fraterno nas relações entre os indivíduos e grupos, o espetáculo real mais se assemelha a um campo de batalha do que uma orquestra. Em todos os lugares, em termos económicos, bem como na vida política, o princípio orientador é um dos implacável esforçando para o sucesso à custa de um companheiro. homens. Este espírito competitivo prevalece mesmo na escola e, destruindo todos os sentimentos de fraternidade e cooperação humana, concebe a conquista não como derivada do amor ao trabalho produtivo e pensativo, mas como brotando da ambição pessoal e medo de rejeição.

Há pessimistas que sustentam que tal estado de coisas é necessariamente inerente à natureza humana, é aqueles que propõem tais pontos de vista que são os inimigos da verdadeira religião, pois implica, assim, que os ensinamentos religiosos são ideais utópicos e inadequada para dar orientação em humanos assuntos. O estudo dos padrões sociais em determinadas chamadas culturas primitivas, no entanto, parece ter deixado suficientemente claro que essa visão derrotista é totalmente injustificada. Quem se preocupa com este problema, uma importância crucial no estudo da religião como tal, é aconselhado a ler a descrição dos índios Pueblo no livro de Ruth Benedict, Padrões de Cultura . Sob as mais difíceis condições de vida, essa tribo tem, aparentemente, realizou a difícil tarefa de entregar seu povo do flagelo do espírito competitivo e de promover nela um clima temperado, a conduta cooperativa de vida, livre de pressões externas e sem qualquer restrição de felicidade.
A interpretação da religião, como aqui avançada, implica uma dependência da ciência sobre a atitude religiosa, uma relação que, em nossa era predominantemente materialista, só é facilmente esquecido. Embora seja verdade que os resultados científicos são totalmente independentes de considerações religiosas ou morais, esses indivíduos a quem devemos as grandes realizações criativas da ciência foram todos eles imbuídos da convicção verdadeiramente religiosa, que este nosso universo é algo perfeito e suscetível à racional que se esforça para o conhecimento. Se esta convicção não tinha sido um forte emocional e se aqueles que buscam o conhecimento não tivesse sido inspirado pelo de Spinoza Amor Dei intellectualis , eles wouid dificilmente teria sido capaz de que a devoção incansável que só permite ao homem alcançar suas maiores conquistas.






quarta-feira, 28 de agosto de 2013

‘’ Podem fazer de tudo para justificar a própria incompetência . Podem me discriminar , criticar , banir ou ferir ... Mas nunca poderão aprisionar as minhas ideias . Não há limites para os meus sonhos, e muito menos para aonde eles podem me levar ‘’





Retirei do blogger do Marcos Pontes, algumas partes  que o mesmo mencionou seus depoimentos que relatam sua infância e outros fatores adicionais como por exemplo quando começou a sede pelo voo, Em minha 10°postagem quero  retratar os cinco documentários feito por Marcos Pontes na estação Especial ISS detalhada e realizado pelo astronauta.Em cada ponto de suas palavras vou colocar um vídeo da sua ultima missão, achei interessante colocar os vídeos junto com seus depoimentos de cada momento de sua vida, pois assimilando as palavras com o vídeo entendemos mais do que podemos acreditar, não digo em acreditar em seu sucesso, pois ele acreditou e chegou, mas digo acreditar naquilo que te move por dentro, suas palavras tem uma semelhança com qualquer pessoa que sonha , todos nós podemos voar tanto na mente como fisicamente. 



Biografia


Marcos Cesar Pontes (Bauru, 11 de março de 1963 ) é um tenente-coronel da Força Aérea Brasileira (FAB), atualmente na reserva. Foi o primeiro astronauta brasileiro, o primeiro sul-americano e o primeiro lusófono a ir ao espaço, na missão batizada "Missão Centenária”, em referência à comemoração dos cem anos do voo de Santo Dumont no avião 14 Bis, realizado em 1906. Em 30 de março de 2006, partiu em direção à Estação Espacial Internacional (ISS) a bordo da nave russa Soyuz TMA-8, com oito experimentos científicos brasileiros para execução em ambiente de micro gravidade. Retornou no dia 8 de abril a bordo da nave Soyuz TMA-7.


1963-1965: A Passagem de vinda


Era uma noite como qualquer outra, dia 11 de março de 1963. O cheiro da noite e o barulho das crianças brincando na calçada atestavam a tranqüilidade que Bauru possuía entre tantas cidades do interior de São Paulo. A calma da casa na Rua Comendador Leite 1-23 de repente se transforma em preocupação nas palavras de minha mãe.
— Vergílio, acho que está na hora. Vá e chame a parteira.
Sem demora lá foi meu pai a procura daquela senhora que tantos já havia trazido para este mundo sem problema algum.
— Certo, boa estatística, mas, Senhor, por favor, nos ajude nesse parto também — pensava meu pai enquanto caminhava apressadamente pelas ruas do Jardim Bela Vista.
Não era longe por certo, mas aquela distância nunca pareceu tão grande. Uma hora depois lá estavam eles. Esquenta bastante água, tire as crianças daqui, prepare alguns panos...reze bastante. Longos momentos depois, nasci, finalmente! Meus irmãos espiavam pela fresta da parede de madeira.
— Olha o pezinho dele! — dizia minha irmã disputando espaço com meu irmão pelo melhor ângulo. Eu estava feliz...com certeza após a passagem de vinda! Afinal...eu estava aqui!


1965-1967: A Janela do Quarto



Difícil recordar detalhes de nossa primeira infância. Talvez alguns sons, imagens confusas numa cabecinha ainda tentando reconhecer e se organizar. Minha irmã cuidava de mim enquanto meus pais trabalhavam fora. Acho que cuida até hoje de certa forma. Fecho os olhos tentando recordar alguma coisa. Lembro das madeiras do chão da sala. Sempre enceradas e brilhando. Será aliás que se acumulava entre as pranchas e que me ajudavam a fixar alguns animais de papel que eu cuidadosamente recortava. Elefantes, cavalos, coelhos, do papel criavam vida própria na minha imaginação.Um momento...lembro de um outro lugar, um chão coberto de palha de arroz e muita gente, muitas mesas...Pego o telefone e ligo para minha irmã. Ela me diz que sim, houve uma festa de casamento da nossa vizinha do outro lado da rua. Havia muita gente, muitas mesas e palha de arroz no chão. Então é possível lembrar!

— E cheiro de madeira, porque me recordo disso? — eu pergunto a ela.
— Certamente vindo da serraria que havia no prédio logo atrás da nossa casa. Você devia ter uns 5 anos apenas.
OK! Eu agora acredito que é possível lembrar.
Tento me concentrar mais...mais para o passado.
— A memória é azul...parte de baixo não. Parece uma construção.
Ela para por uns instantes.
— A janela!...Você está lembrando da janela do seu quarto quando você era bebê. Seu berço ficava de frente para a janela e você podia ver o céu e um pedaço do muro!...Você passava horas, tranqüilo, apenas olhando para aquela janela...olhando para o céu.Senti uma sensação estranha ao ouvir aquilo. Será que conseguimos "voltar no tempo" e lembrar até do tempo anterior ao nascimento? Tentei um pouco mais, mas nada parecia fazer sentido. Talvez necessitasse maior concentração...ou autorização.

1967-1969: Minha Família



Bom lembrar das coisas da infância, dos lugares, dos eventos...mas nada seria igual sem as pessoas...sem a família. Meu pai, seu Vergílio era servente do Instituto Brasileiro do Café. Minha mãe Dona Zuleika, era escriturária da Rede Ferroviária Federal. Meus pais, meus mestres! Gosto sempre de dizer que, apesar de ter estudado praticamente toda a minha vida para atingir os "graus" de formação acadêmica, todas as coisas mais importantes que aprendi até hoje foram ensinadas por eles, a quem eu devo simplesmente tudo o que sou como pessoa. Ambos já se foram dessa dimensão. Mas tenho certeza que, seja lá em qual dimensão estiverem, os dois ainda olham por mim e sabem muito bem do orgulho que eu sempre tive e tenho por eles, do orgulho de poder chamá-los de "meus pais."
Às vezes, nos momentos mais difíceis da minha vida, ainda ouço suas vozes me acalmando no meio da tempestade, aquele sussurro tênue, mas que fala alto ao coração, e que me deseja tudo de bom, e me diz para ter paciência e nunca desistir de amar e ajudar as pessoas, todas elas, as que me querem bem e também aquelas que só querem me prejudicar, pois, como dizia o "seu" Vergílio, a minha atitude tem de refletir os meus valores e não o comportamento de outras pessoas para comigo.Um dia nos veremos novamente, certamente sem as preocupações e as dificuldades desse mundo.
Meu irmão, Luiz Carlos, e a minha irmã, Rosa Maria, ainda vivem em Bauru. Longe daqui, mas perto do coração e ainda com uma grande influência em minha vida. É bom esse sentido de família, essa ligação forte de carinho e compreensão mútua. A família sempre foi para mim algo de extrema importância. Acredito ser a estabilidade familiar o primeiro passo, a pedra fundamental, para o crescimento do indivíduo em todos os aspectos.Agradeço muito a Deus pela oportunidade de conviver com pessoas tão maravilhosas. Sinto pena daqueles que vivem nesse mundo carregando um pesado fardo de sentimentos ruins contra outras pessoas, algumas vezes contra os próprios pais, os próprios irmãos e, em muitos casos, tão orgulhosos para pedir perdão e dar uma chance para a própria felicidade.


1969-1970: O Sonho de Voar


Vivi o início de minha vida ali, brincando descalço pela Rua Comendador Leite. Mais tarde mudamos para a rua Beiruth, também no Jardim Bela Vista, onde passei grande parte de minha infância, bastante feliz, diga-se de passagem.Fácil lembrar daquele tempo. Aliás, sou repleto de boas lembranças da vida de cidade de interior, como "jogar bola" na chuva, nadar no "rio Batalha", comer frutas "do pé", etc. Entre tantas coisas, com certeza alguns momentos daquela época também ficaram ainda mais marcados, com todos seus detalhes, registrados pela emoção, na percepção de um garoto de 9 anos: a morte do meu avô Francisco que morava conosco, a chegada do homem a Lua e o Brasil vencendo a copa no México. Como tudo na vida, uma mistura de fatos bons e ruins. Crescemos assim, aprendemos assim.Outras grandes lembranças foram por conta das visitas ao Aeroclube de Bauru para ver a Esquadrilha da Fumaça voando em elegantes North American T6. Lembro também das visitas à Academia da Força Aérea, em Pirassununga, onde meu tio, na época o Sargento Oswaldo Canova, servia como membro da equipe de manutenção de aeronaves da esquadrilha.Decolava ali, entre a poeira levantada pelos motores dos T/6 no estacionamento do aeroclube de Bauru e o cheiro de combustível de aviação nos hangares da AFA, o sonho de voar que me sustenta nessa jornada até hoje.
O meu ideal começava a criar asas!

1970-1977: Escola Pública


Meus primeiros anos de escola foram no "EEPG Lourenço Filho" e no "EEPG Francisco Antunes" onde cursei o primário. Uma peculiaridade daquela época era o fato de eu ter pertencido a duas turmas ao mesmo tempo (manhã e tarde) durante um ano. Esta foi “a solução” encontrada para a falta de recursos para pagar por uma creche aonde eu pudesse ficar no contraturno enquanto meus pais trabalhavam.Minha professora, Dna. Zilai, no Lourenço Filho, costumava ser dura e exigente conosco. Dizia que “apenas a educação poderia pavimentar nosso caminho para uma vida digna”.Ela estava certa, em todos os sentidos: nos objetivos, na filosofia e nos métodos! Assim como estão os milhares de professores por todo esse nosso país. Profissionais dedicados que são tão importantes para a nossa vida. E ao mesmo tempo tão esquecidos pelas autoridades.Quem não se lembra de um professor? Eles estão a maior parte do tempo conosco. Torcem para o nosso sucesso. Nos levam pela mão. Acreditam em nós quando todos não conseguem ver além de uma criança assustada. Eles vêem o nosso potencial. Não existiriam presidentes, engenheiros, empresários, astronautas, médicos, etc, eficientes sem o trabalho de professores eficientes! Professores tem o poder de criar a visão do futuro.
O Magistério é a profissão mais importante de qualquer país sério. Hoje em dia eu me orgulho de fazer parte desse grupo. De fato, embora ser o Primeiro Astronauta Brasileiro seja algo que está registrado na nossa história do Brasil, eu me sinto mais orgulhoso de ser chamado de Professor, do que Astronauta.O ginásio cursei no "SESI 358 - Bauru". Era uma escola completa, oferecendo além das aulas tradicionais, várias outras atividades como práticas desportivas em várias modalidades, artes, música, etc. Quantas recordações! A primeira namorada, Luciane, os amigos, as reuniões que conduzia com todos os alunos na escadaria da escola. Eu era o presidente do Grêmio Estudantil.Naquela época, costumavam dar até o material escolar. Num certo dia, no começo do ano, chegávamos na sala e lá estavam os cadernos e os livros, novinhos. Fecho os olhos e lembro perfeitamente, até hoje, do cheiro de tinta entre as folhas dos livros. Você consegue imaginar o quanto aquilo significava para mim? Você consegue imaginar o que isto significa para uma criança que não tem condições de comprar seu material para estudar?
Um dia, de alguma forma, eu terei condições de ter voz ativa no país e poderei ajudar a TODAS as crianças brasileiras a terem acesso a uma educação forte, homogênea e integral. Uma educação que lhes permita lutar, com honestidade, integridade e dignidade, por todos os seus sonhos. Um dia...


1977-1984: Dos "trilhos de ferro" dos trens para as "trilhas de condensação" dos aviões


Aos 14 anos senti necessidade de começar a me preparar para alguma profissão e auxiliar no orçamento de casa, pelo menos com o pagamento de minhas despesas da minha própria educação. Queria aprender profissão, mas aprender custava dinheiro que eu, como muitos jovens, não tinha.Descobri que havia um curso de formação profissional da Rede Ferroviária Federal em parceria com o SENAI. Fiz a inscrição para o concurso, estudei, fiz os exames e iniciei o curso de eletricista no "Centro de Formação Profissional Aurélio Ibiapina".Eu era um aprendiz de eletricista! Era um bom começo! Ganhava cerca de meio salário mínimo e tinha carteira assinada. Com o dinheiro que ganhava, eu podia pagar o curso noturno: “segundo grau profissionalizante – técnico em eletrônica”!Meu pai me acordava as 06:30 da manhã, tomávamos café juntos (ele sempre fazia um ótimo café) e seguíamos a pé conversando sobre "qualquer coisa" até o viaduto da Rua Azarias Leite. Recordo o cheiro do mato molhado pelo orvalho daquelas manhãs. A voz calma do meu pai. As coisas que ele me ensinava. Algo tão difícil hoje em dia: um pai ter tempo para conversar com o filho.Do viaduto, nos despedíamos. Eu descia para atravessar os trilhos e seguir para as oficinas na RFFSA enquanto ele prosseguia pelo viaduto para pegar o trenzinho para o IBC (Instituto Brasileiro do Café).
Eu trabalhava e aprendia a profissão na RFFSA durante o dia (das 8h às 17h). Saia dali correndo (literalmente) para o treinamento de Judô no SESI. Treinava por uma hora e corria (literalmente algumas vezes) para o colégio profissionalizante no "Liceu Noroeste" (das 19h às 23h). Esta foi a minha rotina por 3 anos. Uma fase muito significativa em minha vida, especialmente por ter representado o início "das ações" na direção dos meus objetivos.Em 1980 me inscrevi para os exames de seleção da AFA. Meu salário como eletricista em treinamento era suficiente para pagar os custos do colégio, porém a participação em um curso preparatório para as provas da AFA estava fora de alcance do orçamento. A solução veio na forma de ajuda dos meus professores do colégio, principalmente o Prof. Izzo, que além de oferecer orientação nas suas matérias relativas aos exames, também me emprestou todos os livros necessários. Sou extremamente grato a todos eles não só por isso, mas principalmente pelas constantes palavras de incentivo.O tempo para estudar, entretanto, era um tanto restrito devido aos cursos normais do colégio e as atividades de trabalho nas oficinas da RFFSA. Dessa forma, estudar dentro de uma locomotiva durante teste de motor era uma freqüente (e ruidosa) opção. Os exames da Academia foram como eu esperava, muito difíceis. Contudo dei a sorte de ter estudado o assunto correto e acabei tendo um bom resultado, sendo classificado como o segundo colocado no País.Iniciei o curso da AFA em Fevereiro de 1981. Eu era então o "Cadete 81/194 Pontes”, e em breve (no ano seguinte) teria meu primeiro contato com a instrução de vôo.Durante o intervalo das aulas na Divisão de Ensino - DE a visão dos aviões pousando e decolando eram realmente motivadoras. Os anos se passaram na rotina coberta-e-alinhada do cadete. Dificuldades, sorrisos, espadim, vôos, estudo, muito estudo, viagens para Bauru nos finais de semana, cabelo curto, amigos antigos, despedidas e encontros.Um belo dia de dezembro em 1984 o meu instrutor, o Cap. Reis, literalmente cravou o brevê de oficial aviador da Força Aérea em meu peito. O sangue selou uma paixão pelo vôo que perdura por toda a minha vida. Eu estava formado! Eu podia voar!


1984 - 1989: Piloto de caça!... E papai.


Após a conclusão do curso na AFA fui designado para o curso de caça no 2/5 Grupo de Aviação no Centro de Aplicações Táticas e Recompletamento de Equipagens - CATRE (como era conhecido na época) em Natal-RN . O curso foi intenso com duração de um ano. Aulas, briefings, vôos, simuladores, reuniões na sala dos pilotos, etc. Longos dias, porém extremamente felizes, não apenas por estar em uma das mais fascinantes atividades do mundo, mas também pelo ambiente agradável e de cenário magnífico da cidade de Natal.Foi durante aquele ano que conheci minha esposa Fátima. Sem dúvida nenhuma uma das pessoas mais importantes e influentes em minha vida. Iniciamos a vida juntos bem jovens. Um pequeno apartamento alugado, praticamente vazio. Os móveis foram comprados pouco a pouco, com o pouco que sobrava. Passamos muitas situações difíceis ao longo de todos esses anos. Muitas boas também! Mas, independente dos meus erros e das minhas fraquezas como pessoa, ou da minha ausência, devido a minha missão para com o País, ela sempre esteve aqui, bem do meu lado, não na frente, não atrás, mas sempre do meu lado, apoiando da maneira como era possível para ela. Algumas vezes mesmo sem concordar inteiramente com o que eu fazia, mas valia o "trabalho de equipe", e assim chegamos até aqui, juntos! Um tentando completar as falhas do outro, para o sucesso comum, com carinho, paz e compreensão. Nunca sabemos do futuro e não levamos nada material dessa vida. Contudo, tenho certeza que as idéias, o carinho, os momentos bons devem ficar na memória, talvez possamos até levá-los conosco! Por isso, não importa o que aconteça, ela estará sempre aqui dentro, comigo, como algo de bom, para sempre!
Em 1986, fui transferido para o 3/10 Grupo de Aviação "Esquadrão Centauro" em Santa Maria-RS. Permaneci naquele esquadrão durante três anos e alguns meses. Eu sou o "Centauro 77". O trabalho em um esquadrão de caça, onde a vida de cada um depende literalmente da performance do outro, é uma experiência realmente enriquecedora no sentido de trabalho "em equipe" (essência da vida em sociedade).Daqueles anos de Centauro, inúmeros momentos ficaram marcados para sempre em minha memória. Momentos muito felizes como os churrascos do esquadrão no Recanto do "Quero-Quero", as competições anuais em Santa Cruz/RJ e, logicamente, o nascimento de meu primeiro filho Fábio. Eu acompanhei o parto normal e o segurei ainda com o cordão umbilical preso ao corpo. Poucos pais tiveram essa experiência. Difícil descrever a felicidade de um momento como esse!
Por outro lado, também tivemos alguns tristes momentos os quais, embora inevitáveis nesse tipo de atividade, sempre gostaríamos de ter a chance de evitar. Assim foi a decolagem para "o grande vôo” do meu grande amigo Geraldo Brezinski, em Nov/87.

1989-1994: Decolagens, Pousos e Cálculos


Estava tudo tranqüilo em minha vida. Eu era um piloto de caça, era instrutor, a família estava bem, a vida tinha sua rotina, e eu gostava muito do que eu fazia. Contudo, lembro bem da minha mãe falando sobre esse tipo de “calma” há muito tempo atrás. Ela dizia:
— Fique atento para quando a calma da situação tentar convencê-lo a não fazer nada. A maioria das pessoas deixam-se levar por esse erro. Lembre-se que o seu progresso na vida é como remar contra a correnteza. No momento que você para pára de remar para apreciar a natureza, você está voltando rio abaixo. Assim, descanse quando necessário, mas saiba que isso tem um preço.
E dentro de mim havia aquele fogo pelo conhecimento! Havia ainda muita coisa a fazer!
Assim, após uma conversa difícil com o Comandante do Esquadrão, Cel. Paulo Cezar, que teria que ser convencida a me deixar sair da aviação de caça para me dedicar à engenharia, em Agosto de 1988 eu enviei meu requerimento para participar do vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, ITA. Estudei por alguns meses. Em Dezembro fiz o vestibular e fui aprovado.Todos diziam que eu era louco de tentar uma coisa daquelas casado e com filho. Mais ainda, alguns "amigos" da aviação levantaram duras críticas a mim por eu ter "abandonado" a caça para "me dar bem" como engenheiro.Aquela foi minha primeira aula na matéria "como ignorar as críticas sem fundamento, continuar a fazer o seu trabalho bem feito e ter ainda mais sucesso." Ao longo da minha carreira, graças ao meu sucesso, eu tive que usar muitos dos conhecimentos dessa aula, e ainda tive várias reedições do mesmo assunto! (risos)
Se você é bom no que faz e sofre com as críticas, preste atenção nisso:
Primeiro há que se diferenciar entre críticas construtivas acompanhadas de sugestões válidas, que são feitas por alguém qualificado no assunto e que está genuinamente interessado no seu aperfeiçoamento, das críticas vazias, feitas por alguém sem qualificação ou qualquer interesse positivo na continuidade do seu sucesso.
Lembre-se que, a enorme maioria das 6 bilhões de pessoas do Planeta não ama você, não liga para você e não pensa em você no seu dia-a-dia (exceto quando você as incomoda)! Isso é estranho dizer, mas pense um pouco e rapidamente irá concordar comigo. Essas pessoas não estão genuinamente interessadas ou preocupadas com o seu bem estar, com o seu sucesso, ou mesmo com o sucesso de qualquer organização (embora críticos adoram usar isso como justificativa para a sua fraqueza pessoal em forma de "opiniões contrárias"). Cerca de 99% do tempo, essas pessoas estão apenas interessadas na própria vida, e em como elas podem ter vantagem pessoal em alguma coisa. Isso é especialmente verdade para aquelas pessoas que criticam você e o seu trabalho. Elas não gostam de você, e muito menos do seu sucesso! Isso as incomoda quando lembram, ou são lembradas, de vez em quando, por alguma razão, que você conseguiu, e elas nunca terão capacidade de "chegar lá" também!
Portanto, não perca o seu tempo se preocupando com o que dizem ou fazem os seus críticos. Eles são insignificantes. Isso é pura perda de tempo.Pense assim: a crítica faz parte do meu sucesso! Ela é a prova de que eu sou muito bom...e incomodo por isso!
Profissionais excelentes não tem tempo, ou necessidade de criticar ninguém. A crítica e a realização são atividades mutuamente excludentes. Quem critica alguma coisa, o faz porque precisa achar alguma maneira para aliviar o sentimento de incompetência que surge dentro dele (ou dela) quando ele observa, ou é informado, do sucesso de outra pessoa. É preciso, de alguma forma, dentro da cabeça de um crítico, achar qualquer coisa, rápido, para transformar aquela pessoa de sucesso em algo pior, algo que não pareça tão bom e perfeito, algo que pareça mais com a sua própria mediocridade, com as suas próprias fraquezas. Essa é a verdadeira razão da crítica. Lembre-se disso se algum dia você tiver a tendência ou o desejo de criticar alguém. Olhe primeiro para dentro de você. Trabalhe para o seu sucesso, elogie as conquistas de outras pessoas e aprenda com o sucesso.Após ser aprovado no vestibular do ITA, eu fui transferido para o Centro Tecnológico de Aeronáutica – CTA (como era conhecido na época). Mudamos para São José dos Campos em Fevereiro de 1989. Iniciava ali mais um desafio. Não era apenas estudar e passar. Havia um time (uma família) a voar em equipe naquela missão.O curso de engenharia no ITA é reconhecidamente um dos melhores do País (e também um dos mais exigentes!). A importância da participação, compreensão e apoio da família durante os cinco anos de curso era essencial. Foram anos de bastante concentração. Novos conhecimentos, novas amizades, muitas felicidades, planos e esperanças.
Logo após o Natal, no ano novo de 1990, recebemos um adorável presente: o nascimento de nossa filha Ana Carolina. A loirinha não esperou que mudássemos para uma casa, ou apartamento, na base. Depois de dois anos morando em um quarto do hotel da base enquanto esperávamos na fila das casas, ela nasceu ali mesmo! Pagar aluguel fora da base era fora do orçamento de Tenente.Finalmente, em fevereiro de 1991 conseguimos um apartamento no então recém construído prédio H-9A!O vôo durante aqueles anos ficou restrito aos vôos administrativos de Bandeirante, T-25 e Regente na Divisão de Operações - DOP do CTA.


1994 - 1996: Piloto de Provas



Mas a junção da experiência operacional com o conhecimento de engenharia pedia algo mais. No último ano do curso de engenharia, realizei provas de seleção para o curso de ensaios em vôo da Divisão de Ensaios em Vôo – AEV, do Instituto de Aeronáutica e Espaço, IAE-CTA.O curso teve duração de um ano. Foi o casamento perfeito entre a teoria de engenharia aeronáutica e a prática de vôo. Eu era então um Piloto de Provas! Foi interessante olhar para a cara daqueles que criticavam a minha decisão de "abandonar a caça" para ser engenheiro. Agora, como piloto de provas, eu não só podia voar todos os aviões de caça do Brasil, como também era uma função essencial para garantir a segurança e o desenvolvimento das aeronaves da aviação de caça e de seus equipamentos (novos radares, armamentos, etc).Para quem não sabe, piloto de provas é um piloto que testa aviões novos e equipamentos instalados em aviões já em operação. Certamente envolve muitos riscos, mas também uma carga enorme de estudo, conhecimento, preparação, e responsabilidade. Afinal, a maioria dos protótipos custam dezenas de milhões de dólares!Algo interessante também aconteceu naquela época: eu fui o primeiro piloto de provas formado no Brasil que também era engenheiro formado no ITA. Até então na Divisão de Ensaios em Vôo, havia apenas dois grupos “separados”: engenheiros de prova e pilotos de prova. Durante algum tempo, eu era o único “híbrido” a disposição da Força Aérea.Embora eu não soubesse disso antes de começar o curso, esse fato facilitou missões futuras e abriu perspectivas para outros pilotos seguirem o mesmo caminho ("abandonarem a caça ou outras aviações", cursarem o ITA e depois seguirem para serem pilotos de prova). Hoje em dia isso é um fato comum, e muito bom para a qualidade dos recursos humanos na Força Aérea.
Embora não seja muito divulgado, é importante ressaltar que existem apenas cinco escolas de ensaios em vôo no mundo. Uma delas e exatamente aqui no nosso Brasil! Isso sempre foi uma razão de orgulho para mim (e gostaria que fosse para todo Brasileiro), pois, apesar de todas as dificuldades e limitações orçamentárias, somos capazes de manter uma instituição do calibre da Divisão de Ensaios em Vôo em padrão internacional graças principalmente à dedicação e profissionalismo de seus integrantes.
Em minha passagem pela AEV, tive a oportunidade de voar vários tipos de aeronaves de última geração da década de 90, como os caças americanos F-15 Eagle, F-16 Falcon e F-18 Hornet. Também voei o MIG-29 Fulcrum, na Rússia.Além disso, também tive a oportunidade de participar de vários projetos nacionais de grande interesse como o primeiro míssil ar-ar MAA-1, cujo primeiro lançamento, realizado pelo então Maj. Márcio Jordão, eu tive o prazer de acompanhar como "chase" (aeronave que voa próximo ao lançador para filmar e garantir a segurança em caso de qualquer problema, como explosão, colisão, apagamento do motor, etc). Minha chance de lançá-lo veio no dia seguinte. Era o segundo lançamento daquele equipamento nacional. Fizemos na área da Barreira do Inferno, em Natal, RN. Aquele seria o segundo de uma série de lançamentos com sucesso, provando, entre outras coisas, a capacidade da indústria nacional.Eu sou o "Prova 37"! Código de chamada rádio que trago comigo com muito carinho, assim como a lembrança de cada um dos amigos da AEV.


1996 - 1998: Esposa, 2 filhos, cinco malas ...e um cachorro. Welcome to US!


Em 1996 fui enviado para Mestrado (Master's Degree em Systems Engineering) na Naval Postgraduate School - NPS em Monterey na Califórnia, EUA. Outro curso, outra língua, outro País.Para nós, eu e minha família, um outro desafio. Lembro bem da sensação quando estávamos chegando a Los Angeles. Olhava a cidade de cima, lembrava que ainda teria que pegar uma conexão para Monterey.
— O avião está atrasado. Será que dará tempo?
Olhei para o lado, vi as crianças dormindo e pensei — Meus Deus, me ajude! Permita que eles sejam felizes nessa nova vida.Interessante pensar que o que eu tinha de mais precioso estava ali, dentro daquele avião. Na verdade, estava ali tudo o que eu tinha literalmente: esposa, 2 filhos, cinco malas, e um cachorro, o MIG, um pequeno poodle batizado em homenagem à agilidade do MIG-29!Pousamos, fizemos a conexão, quase sem problemas, e finalmente chegamos em Monterey. Conforme minhas expectativas, Fátima, Fábio e Carol superaram todos os problemas iniciais de adaptação e língua com bastante facilidade, permitindo que eu novamente me dedicasse com bastante afinco às atividades de pesquisa.Como resultado, fui convidado a permanecer nos Estados Unidos e continuar minhas pesquisas em nível de Doutorado (PhD).A experiência de vida adquirida pela convivência em Monterey foi excelente para todos nós.Tivemos a oportunidade de conhecer muitos lugares e pessoas maravilhosas com as quais mantemos excelente contato até hoje, mais de dez anos depois!
1998: A seleção de astronautas
O Brasil havia entrado no programa da Estação Espacial Internacional (ISS) em 1997, como participante, através da NASA. Eu não fazia idéia de nada disso! Pelo acordo, o Brasil teria que produzir no país, pagando à indústria nacional, seis componentes da espaçonave (ISS) e entregá-las ao consórcio dos 16 paises participantes. Em troca, o Brasil teria direito a executar experimentos no ambiente de microgravidade (o melhor já conseguido pelo homem), a bordo da ISS, ter intercâmbio de pesquisadores e um vôo espacial. Para tanto, o Brasil precisava treinar um astronauta.Veio então divulgação da seleção do primeiro astronauta brasileiro. Foi feita pela Agência Espacial Brasileira através de edital de seleção pública no jornal, a nível nacional. Isso foi em Maio de 1998. Eu estava concentrado em minhas atividades de pesquisa em Monterey, na Califórnia. Soube da notícia através de um e-mail enviado pelo meu irmão Luiz Carlos.A princípio achei um tanto difícil que eu pudesse ser selecionado entre tantos excelentes candidatos disponíveis. Porém, estava ali um caminho para tornar realidade algo que até então era apenas um "sonho distante". Portanto, tentar, com todo coração e alma, era absolutamente necessário! Por que não?!
Preenchi a papelada. Enviei cheio de esperanças e dúvidas. Esperei...esperei...e esperei.
Um dia veio a resposta. Veio por fax. Testes preliminares, exames médicos, físicos, psiquiátricos e a entrevista se seguiram.Como disse no final da entrevista de seleção — Imagine como está se sentindo aquele garoto aprendiz de eletricista só pelo fato de estar participando dessa seleção!!O anúncio da minha escolha está entre os momentos de minha vida que sou capaz de descrever em todos os detalhes, mas isso fica para uma ocasião mais propícia!Era o início de um novo "capítulo" em minha vida. Mais um desafio, mais uma missão: levar a bandeira do Brasil ao espaço pela primeira vez, mesmo com o sacrifício da própria vida, se for necessário. Recebi a mensagem “para levar a Garcia” (se você não conhece essa expressão, pesquise!) e assim o fiz.

1998 - 2000: O treinamento de astronautas


Instalados em Houston, em agosto de 1998, tive que deixer as funções de militar da ativa para me dedicar exclusivamente às funções civis de astronauta, a serviço do Brasil.A função de Astronauta é função CIVIL, com muitas atividades de relações intitucionais com o setor político, organizações internacionais, e a própria atividade no espaço, com países signatários de acordos de uso pacífico do espaço, que são completamente incompatíveis com a atividade e regulamentos militares.Portanto, eu sabia que minha carreira militar tinha terminado, sacrificada pela nova missão. Agora eu era Astronauta, e isso teria um novo peso, uma nova importância, não só para a ciência, mas especialmente para a Educação no Brasil.Começaram os treinamentos para a nova etapa. Muitos treinamentos, duros, intensos, distantes da família, distantes de todos, distante dos limites fisiológicos e psicológicos que eu achava que tinha. Os dois primeiros anos foram de curso. Procedimentos, sistemas do ônibus espacial, sistemas da Estação Espacial, emergências, mais emergências. Ainda não está bom. Mais treinamento, mais treinamento.Em dezembro de 2000, finalmente, recebi o meu “brevê” de astronauta na NASA. Eu era então, oficialmente, o primeiro Astronauta Profissional Brasileiro. Mas ainda faltava muita coisa. Enquanto eu me dedicava completamente ao treinamento, na minha função operacional de astronauta, no Brasil a parte técnica do acordo da ISS ia de mal a pior.A administração não conseguia coordenar a fabricação das peças necessárias ao acordo. 
Como astronauta, eu mantinha meu treinamento, estando pronto para atender à escalação para vôo no momento que o país determinasse. Também trabalhava com a parte técnica do projeto do laboratório Japonês KIBO entre Houston (NASA) e Tsukuba (JAXA – Agencia Espacial Japonesa). Todos os astronautas têm funções técnicas, além das funções normais operacionais.Em 2002 a Agência Espacial Brasileira oficialmente desistiu de fabricar as peças nacionais que dariam um certificado de qualidade extremamente importante para a indústria brasileira para exportações de alta tecnologia.


2000 - 2005: A novela da participação brasileira na Estação Espacial Internacional - ISS


Resolvi que era hora de entrar no circuito técnico para tentar ajudar a manter o país no programa e evitar a vergonha de sermos o único país, entre os 16 participantes, a não ser capaz de cumprir sua parte no acordo (algo que, além da vergonha, seria um péssimo cartão de visitas internacional para nossas indústrias e centros de pesquisa).Deixei boa parte do trabalho técnico que havia sido designado, entre NASA e Japão, e solicitei à NASA que me designasse para acompanhar a situação de hardware da participação brasileira (tanto as negociações, quanto os procedimentos de engenharia).Conseguimos recuperar a participação mudando o escopo da responsabilidade brasileira no acordo: de seis peças com investimento estimado na indústria brasileira de 120 milhões de dólares em cinco anos, para 43 pequenas placas adaptadoras com investimento total de apenas 10 milhões do Programa Espacial Brasileiro na indústria nacional. Essa redução de custos foi necessária, segundo a administração para adequar o orçamento. Grande parcela do orçamento do programa espacial é destinado para manter o programa Chinês-Brasileiro de satélites de Observação da Terra (CBERS), que envolve centenas de milhões de dólares de investimento necessário.Mesmo assim, o programa da ISS passou várias vezes por ser cortado do orçamento. A administração não conseguiu produzir nenhuma peça.Em 2004, praticamente sem esperanças de que o Brasil pudesse cumprir a sua parte, sem mas desculpas viáveis para apresentar nas reuniões internacionais na NASA com os outros 15 parceiros, mais ainda sem esperanças de um vôo espacial ser escalado, resolvi pelo menos tentar salvar a parte do nome do Brasil e pedir ajuda ao SENAI-SP/FIESP.
Numa reunião de pouco mais de 15 minutos, eles disseram:
— Esse programa é muito importante para o Brasil e para as nossas indústrias. É uma vergonha essa situação de vexame em que nos encontramos. Nós iremos construir os protótipos e, se for necessário, todas as peças, sem nenhum custo para a AEB! Fazemos isso pelo Brasil! E ficamos muitos felizes de poder trabalhar com você, um ex-aluno do SESI e do SENAI-SP!Aquilo deu novo ânimo. Agora seria uma questão apenas da AEB gerenciar um acordo com o SENAI-SP e interligá-los com a NASA e com o IFI-CTA para que tudo funcionasse (o INPE já havia descartado o programa do seu elenco de projetos).O Embaixador Pimentel, do Consulado Brasileiro em Houston, nos auxiliou nos tratos diplomáticos com a administração da NASA.Eu já não tinha tanta vergonha de andar pelos corredores do prédio 1 (administração técnica da ISS) da NASA em Houston.A AEB determinou que a sua gerência do projeto da ISS coordenasse todo o processo.O tempo passou. Reuniões técnicas e mais reuniões técnicas.
Acidente do Columbia em 01 de fevereiro de 2003 e acidente em Alcântara no mesmo ano. Atrasos operacionais. Tristeza. Trabalhei na investigação do Columbia. Perdi sete amigos próximos em Houston e mais 21 no Brasil.Perdi também um pouco mais da esperança de conseguir cumprir minha missão, não só com a demora do retorno ao vôo dos ônibus espaciais, mas também somado à restrição do número de vôos, e à inacreditável demora do Brasil produzir partes simples, mesmo com a disponibilidade do SENAI-SP em construí-las quando a administração assim determinasse.

2005 - 2006: A Primeira Missão Espacial Tripulada Brasileira


Em 2005 a AEB tomou uma decisão surpreendente, que me deixou extremamente feliz: realizar a Missão Centenário em 2006 com os objetivos de realizar experimentos nacionais em microgravidade, fomentar essa área da ciência no Brasil, promover o programa espacial (marcado negativamente pelo acidente de Alcântara), motivar milhões de jovens estudantes em todo o Brasil para as carreiras de C&T, e criar a maior homenagem internacional ao Centenário do vôo histórico de Santos Dumont.
A missão seria possível utilizando a participação brasileira na ISS, mas teria de ser feita através do outro parceiro majoritário, a Rússia, visto a impossibilidade operacional dos ônibus espaciais americanos. Eu seria o tripulante da Missão. Caso eu tivesse qualquer problema, a Missão seria realizada normalmente pelo Cosmonauta Russo Sergei Volkov.Segui para a Rússia em outubro de 2005. Na frente outro grande desafio: aprender todos os sistemas do Soyuz (espaçonave russa) e dos módulos russos da ISS em menos de seis meses. Seria um record inclusive para o setor de treinamento dos Russos.Além disso, como se isso já não fosse uma tarefa enorme, em paralelo nos primeiros três meses, eu teria também que aprender a língua russa o suficiente para passar nos exames orais e operar com segurança todos os sistemas das espaçonaves. Se eu não fosse capaz de passar nos testes, o meu backup, Sergei Volkov, assumiria a missão brasileira, e eu teria falhado na minha.A pressão era enorme. A família ficaria em Houston. Eu os veria novamente apenas por meia hora no dia anterior à decolagem da Missão, no Cazaquistão.Mas, Eu Venci! Vencemos juntos! Todos os brasileiros venceram!
Cumpri a minha missão, levei a “mensagem a Garcia”, e o coração Brasileiro decolou para o espaço no dia 29 de Março de 2006 às 23:30 (horário no Brasil)!


2006: O retorno da missão


A missão da AEB cumpriu todos os seus objetivos com louvor. Aliás, muito além das expectativas da própria AEB!A parte operacional, minha parte, foi cumprida sem qualquer falha de procedimento.O povo Brasileiro vibrou com a missão. O sentimento de orgulho nacional foi enorme. A Bandeira do Brasil chegou ao espaço pela primeira vez nas mãos de um Brasileiro. E foram mãos simples! Não de um privilegiado de berço, não de um superdotado, não de alguém protegido pela política, mas nas mãos de um filho de servente, um menino pobre como tantos nesse nosso país, um sonhador que teve na educação e no sacrifício pessoal as armas para vencer na vida e carregar nas costas o peso de representar uma nação inteira.Após a missão, o Comando da Aeronáutica oficializou a minha transferência do serviço ativo militar para a reserva, de forma que eu continuasse normalmente com as atividades da função civil de astronauta que já executava desde 1998.Isso é um evento comum da carreira de astronautas de origem militar em todos os países desenvolvidos devido às incompatibilidades da função civil de astronauta com o regulamento militar. Por exemplo, todos os astronautas e cosmonautas que estiveram comigo no espaço e que eram militares, também já tinham sido, ou foram, transferidos para a reserva.Já no Brasil, talvez pelo desconhecimento sobre as exigências da carreira civil de Astronauta, e com certeza pelo efeito do sucesso sobre a pobreza de espírito de alguns, o evento foi revestido de ignorância e sensacionalismo.Os críticos ao Programa Espacial Brasileiro se apresentaram para falar sobre o que não sabiam ou sobre o que não tiveram competência para fazer.Para mim, esse tipo de comportamento medíocre já era conhecido, como citei anteriormente da ocasião da minha decisão em me tornar um engenheiro. O fato só serviu para comprovar a importância histórica da missão. Em outras palavras, novamente, o interesse da crítica é a comprovação do sucesso! Não havendo sentido em perder tempo com argumentações improdutivas, simplesmente continuamos em frente com o nosso trabalho no Programa Espacial Brasileiro. Isto é, "a caravana passa e os cães ladram!"Logo após as comemorações no Brasil, retornei ao Johnson Space Center, em Houston, visando salvar novamente a participação brasileira da expulsão do programa, visto que a NASA já não podia esperar pelas peças Brasileiras. Todo o atraso não podia mais ser tolerado no cronograma dos vôos e as partes que seriam de fabricação nacional seriam passadas para a indústria americana. Foi um período terrível de negociações internacionais. Finalmente, depois de muita conversa com os representantes da NASA, conseguimos retomar os procedimentos técnicos.Infelizmente, no final de 2006, frustrados com a administração do programa no Brasil, a NASA colocou a participação brasileira em um estado “congelado”, que aguarda definições desde então a partir das negociações da administração AEB e Ministério das Relações Exteriores, do lado do Brasil, com a NASA em Washington-DC e o Departamento de Estado, do lado americano.
Nós, da parte técnica....aguardamos a parte política e administrativa.

2006 - Atual: Missão de Vida = Educação


Hoje em dia, participo ativamente de vários setores de atividades no Brasil e no mundo.
Trabalho junto às instituições nacionais e internacionais para o desenvolvimento do setor aeroespacial.Aguardo, à disposição do Programa Espacial Brasileiro, em Houston, como Astronauta, a escalação para um próximo vôo espacial brasileiro. Quem sabe? O País pode me escalar a qualquer momento.Também em Houston, permaneço à disposição da Agência Espacial Brasileira para contatos técnicos como representante do Programa Espacial Brasileiro.Trabalho como voluntário para causas sociais e ambientais. Acho isso extremamente gratificante e um alimento para a alma.Oriento centenas de jovens estudantes e profissionais, por internet e pessoalmente, a encontrarem sua melhor habilidade para buscar seus objetivos.Fotografo a vida. Pinto e desenho minhas idéias.Trabalho como engenheiro em projetos e consultorias técnicas a empresas no Brasil e no exterior.Escrevo artigos e outros textos com a finalidade de conscientizar e motivar pessoas para descobrirem o seu potencial.Trabalho como Professor Convidado do Departamento de Engenharia Aeronáutica da Universidade de São Paulo - USP, para a criação de um curso público de Engenharia Aeroespacial. Também como educador ministro Palestras, Treinamentos e Cursos para empresas e instituições públicas, usando minha experiência e conhecimentos para a motivação e qualificação de seus recursos humanos.Sou Pesquisador Convidado do Instituto de Estudos Avançados da USP em São Carlos, SP, onde Coordeno a Rede de Tecnologia ALICE - Associação de Laboratórios Interdisciplinares de Ciências Espaciais, que servirá de núcleo para a criação de um primeiro Centro de Tecnologia Aeroespacial estrategicamente fora de São José dos Campos.Sou Diretor do Instituto Nacional para o Desenvolvimento Espacial e Aeronáutico.Sou Embaixador Mundial do WorldSkills International para a promoção da Educação Profissional em 52 países.Isto é, minha vida é dinâmica e super produtiva, graças ao meu próprio esforço e aos ensinamentos dos meus pais e professores.Eu vivo e trabalho com motivação, honestidade, ética, afinco e persistência em todas essas atividades, exatamente como eles me ensinaram...há muito tempo atrás. Faço o que gosto, e gosto do que faço.Meus objetivos são simples: ser útil para o maior número de pessoas possível, trazer otimismo e bem estar, espalhar coisas boas e felicidade, ser feliz...até o dia de, finalmente, poder abraçar Aquele que nunca me abandonou. 
Sentir que cumpri bem as missões que recebi na vida. Só isso!
Não sei sobre o futuro, mas sei sobre meus objetivos e a minha vontade. Na verdade continuo simplesmente seguindo meu coração, meus sonhos, meus princípios de menino do interior. Eles não são novos, começaram há muito tempo atrás nas caminhadas longas das manhãs frias com o meu pai, na poeira levantada pelos motores dos NA T-6 da Esquadrilha da Fumaça, no cheiro de combustível dos hangares, no cenário maravilhoso do tapete branco das nuvens acima das tempestades, na serenidade da visão do nosso Planeta azul, no carinho e no conselho das pessoas que amei na vida.Não sei por quanto tempo ainda vou permanecer nesta Terra, nesta dimensão, mas enquanto estiver por aqui, vou continuar com a minha missão de vida. Cada vez mais crianças terão educação, saúde e felicidade. Por enquanto, enquanto vivo, posso falar da minha história, e tentar motivar pessoas que podem conversar comigo pessoalmente, nas minhas palestras, aulas, eventos, reuniões, consultas de coaching, aí pelo mundo, em qualquer lugar, na vida. O dia que eu me for, ficarão as idéias na memória, na atitute, no comportamento, e na vida de muitos.Estátuas não duram para sempre, homenagens também são esquecidas, mas idéias perduram para a eternidade, e podem despertar o espírito da "boa luta" em cada uma das pessoas que se aventurarem a "ser", serem humanos, serem parte de Deus, serem livres, serem felizes...Eu desejo que as minhas idéias, de alguma forma, independentemente das dificuldades da situação atual, possam fazer decolar o Fernão Capelo Gaivota que existe dentro de VOCÊ! Que você voe rápido! Que você voe alto! Que você voe para os seus sonhos!


É possível...acredite nas suas asas!




‘’Podem fazer de tudo para justificar a própria incompetência .Podem me discriminar,criticar , banir ou ferir... Mas nunca poderão aprisionar as minhas ideias . Não há limites para os meus sonhos,e muito menos para aonde eles podem me levar ‘’
( Marcos pontes ) .

Assista vale a pena .            Part 01

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